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17-01-2011 18:12

 

 

Cultura

 

O novo modelo sertanejo

O formato romântico perdeu espaço para o estilo universitário, um ritmo mais animado

 

            A música sertaneja romântica predominou na década de 1990, quando cantores como Zezé Di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo e outros artistas estouravam nas rádios brasileiras. De lá pra cá muita coisa mudou. O estilo musical sofreu algumas variações passando de raiz para romântico e, em seguida, o sertanejo sofreu uma tendência ao modelo universitário. Em Joinville, esse tipo de música ganhou os ouvidos da maior população do estado. Tocada na maioria das casas noturnas da cidade, este foi o aditivo que empresários esperavam para a abertura de outras casas, dedicadas somente à música sertaneja.

            Vinícius da Costa Pereira, 22 anos, nasceu em Joinville, em 10 de julho de 1988. Ele cresceu ouvindo e cantando músicas de Leandro e Leonardo e fazendo o que mais gostava, jogar futebol. Quando pequeno, sua maior paixão era o futebol, mas ele cresceu e descobriu que seu amor era mesmo pela música sertaneja. “Eu estou na música hoje porque ela falou mais alto”, completa Vinícius. Aos finais de semana sua maior alegria é o violão e, além desse instrumento, durante os tempos livres, ele aproveita para tocar uma guitarra ou um cavaquinho, uma forma de treinar um pouco de suas habilidades nas cordas.

Rodrigo de Araújo, 26 anos, químico, nasceu em 14 de agosto de 1984, em Joinville. No início da década de 1990 seu gosto pela música era notável, com sete anos de idade ele já era um pequeno músico. As canções que ele cresceu ouvindo, como as de Zezé Di Camargo e Luciano – sua dupla favorita – hoje ele canta. “A música tem que ter afinação, primeira e segunda voz. Isso é a música sertaneja”, destaca Rodrigo. Em seus momentos livres ele costuma praticar alguns dos vários instrumentos que aprendeu a tocar, entre eles o violão, a gaita, o teclado e o violino – instrumento musical que lhe fez companhia durante sete anos de curso.

No cenário nacional eles ainda não são conhecidos, mas, na maior cidade populacional do estado muitos já os conhecem. Eles formam a dupla Rodrigo e Vinícius e estão há quase um ano juntos cantando sucessos da música sertaneja, regada ao estilo universitário – modelo criado pela indústria fonográfica e que enfatiza os instrumentos eletrônicos, dando um ritmo mais acelerado e animado às músicas. Realizam cerca de 15 shows por mês e a maior apresentação da dupla até o momento foi no Centro de Eventos Sítio Novo, com um público aproximado de cinco mil pessoas. Além da dupla, o elenco é composto por cinco integrantes, sendo dois violinistas, um baixista, um baterista e um sanfoneiro de apenas 13 anos. Rodrigo, além de músico, trabalha em um laboratório químico e cursa técnico em química industrial. Vinícius não está estudando atualmente, mas divide o seu tempo entre o trabalho que realiza com cursos à distância e sua função de músico.

            A dupla acredita que Joinville é uma cidade com pouca cultura para a música sertaneja, mas, aos poucos, essa visão está mudando. “A música sertaneja veio pra ficar dessa vez”, ressalta Vinícius. Este novo estilo ganhou repercussão e, junto com ele, vêm as duplas sertanejas ganhando cada vez mais espaço na mídia.

 

O início

 

Vinícius conta que, antes do Rodrigo, duas pessoas já tentaram formar dupla com ele, porém não foi um sucesso a formação. Certo dia, em um laboratório de física de uma faculdade da cidade, uma amiga de Vinícius perguntou-lhe como estava a dupla. Ele respondeu que havia desfeito a parceria. Rodrigo – que até então desconhecia o lado cantor de Vinícius – escutou a conversa e, no final da aula, disse a Vinícius que também cantava. Vinícius não acreditou. Por fim, Rodrigo convidou Vinícius para um churrasco em sua casa, foi quando veio a surpresa. Rodrigo cantava tão bem a segunda voz, quanto a primeira, e Vinícius finalmente encontrara seu parceiro de cantoria.

Depois do primeiro ensaio as oportunidades foram surgindo e a dupla começou a tocar em bares, faculdades, churrasco entre amigos e até fora da cidade. Com sete músicas de autoria própria, – incluindo o sucesso Sentimento, que já está tocando em algumas rádios joinvilenses – o repertório durante um show chega a 40 músicas. Um dos destaques nas apresentações está nas formas variadas de instrumentos, ora violino, ora violão.

A estudante Kelly Carla Cunha, 16 anos, é vizinha do cantor Vinícius. Sempre que pode ela escuta os ensaios. “Adoro ouvir as músicas da dupla, especialmente a minha favorita, Sentimentos”, diz Kelly. “Me considero a fã número um deles”, completa. O trabalho aliado ao talento da dupla gera, além de sucesso, oportunidades e o carinho do povo joinvilense.

             

 

REDAÇÃO JORNALÍSTICA 4

JEAN RODRIGO ZIMMERMANN